Dirigentes de empresas de ônibus são presos por suposto elo com PCC

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Dirigentes de empresas de ônibus são presos por suposto elo com PCC

De acordo com investigações do Gaeco, Transwolff e UpBus seriam usadas pelo PCC para lavagem de dinheiro do tráfico de drogas

Porto Velho, RO - Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagrou, na manhã desta terça-feira (9/4), operação contra empresas de ônibus da capital que seriam ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). São cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão. As empresas que estão na mira do MP são a Transwolff e a UpBus.

 Pelo menos três mandados foram cumpridos, um deles contra Luiz Carlos Efigênio Pandolfi, o Pandora, dono da Transwolff, outro contra Robson Flares Lopes Pontes, dirigente da mesma empresa, que opera na zona sul, e um terceiro contra Joelson Santos da Silva, também sócio da viação e representante de um escritório de contabilidade.

O quarto mandado foi expedido em nome de Silvio Luís Ferreira, o Cebola, sócio da UpBus. Ele está foragido.

Segundo o MP, foi preso em flagrante, ainda, Hélio Rodrigues dos Santos por porte de arma de fogo. Ele é funcionário de uma das empresas investigadas e não era alvo da operação.

A Justiça de São Paulo determinou ainda que a SPTrans, estatal de transporte coletivo da capital, assuma imediatamente a operação das linhas administradas pelas empresas Transwolff, que atua na zona sul, e da UpBus, que administra linhas na zona leste.

De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), antecipadas pelo Metrópoles no domingo (7/4), as empresas eram usadas pela facção para lavar dinheiro do tráfico de drogas.

Investigações

Até 2022, ao menos quatro empresas de ônibus que operam nas zonas leste e sul da capital já estavam na mira do MPSP e da Polícia Civil de São Paulo por suspeitas de envolvimento com o PCC.

Duas delas, a Transunião e a UpBus, que operam na zona leste, já foram alvo de operações conduzidas pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Polícia Civil.

Alguns dirigentes dessas companhias já foram presos sob acusação de atuarem para a facção e de envolvimento em assassinatos na disputa pelo comando das empresas.

No caso da Transunião, segundo o Deic, a diretoria é investigada por suspeita de participar da lavagem de dinheiro de familiares de Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, irmão de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como líder máximo do PCC. Eles negam envolvimento com o crime organizado.

Já a UpBus, que teve R$ 40 milhões em bens bloqueados pela Justiça em 2022, durante operação do Denarc, tinha entre seus acionistas membros do alto escalão do PCC, como Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, considerado um dos maiores fornecedores de drogas e armas da facção. Ele foi assassinado em 2021.

“Luiz Conta Dinheiro”

A infiltração do PCC em empresas de ônibus voltou ao noticiário no mês passado, com a execução de Luiz dos Santos Rocha, o “Luiz Conta Dinheiro”, apontado pela polícia como tesoureiro da facção.

Ele era funcionário da Imperial, que foi assumida nos últimos anos pela Transunião, e acabou assassinado com tiros de fuzil na porta de sua casa, em Atibaia, interior paulista, quando chegava de uma saída temporária da cadeia, a chamada saidinha.

O assassinato de Luiz Conta Dinheiro ocorreu em meio ao racha histórico na cúpula do PCC. O motivo teria sido o desvio de R$ 5 milhões da facção, lavados na empresa de ônibus que opera na zona leste.

Fonte: Metrópoles

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