Marta pediu para não ser demitida, dizem fontes

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Marta pediu para não ser demitida, dizem fontes

Decisão de sair da Prefeitura de São Paulo teve como justificativa a “união do campo democrático”, apurou a CNN

Porto Velho, RO - Na conversa que teve na terça-feira (9) com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), na sede do Executivo paulistano, a ex-prefeita Marta Suplicy não citou o nome de Jair Bolsonaro (PL), mas alegou que estava deixando o cargo em nome da “união do campo democrático”, segundo relatos de pessoas que estavam na reunião.

 
No encontro, ela também teria pedido para que a portaria com sua exoneração fosse feita “a pedido”, e não por “desligamento”. Nunes, então, aceitou que o termo usado fosse por “comum acordo”.

Eleição presidencial

Presente na conversa, o marido de Marta, Márcio Toledo — que é próximo de lideranças do MDB — teria dito que a eleição na capital será determinante para a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, argumento que teria sido rebatido por Nunes.

O emedebista argumentou que, em eleições passadas, o resultado na capital não influenciou em nada na eleição nacional.

Afastada

Três anos depois de assumir a Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo a convite de Bruno Covas (PSDB), de quem Nunes era vice, e de ter feito campanha para o tucano com críticas a Boulos, a ex-prefeita se afastou do prefeito após o início das tratativas com Lula no final do ano passado.

Quando, no final de novembro, surgiram as primeiras notícias dos planos de Lula para trazer Marta de volta ao PT, Nunes enviou uma mensagem de WhatsApp para ela, mas não obteve resposta.

Silêncio incômodo

Nunes ficou incomodado com o silêncio de sua secretaria após a divulgação das articulações com o PT. Mesmo assim, disse, reiteradas vezes, que tinha “confiança” em Marta.

Em conversas reservadas, aliados do prefeito lembram que a ex-prefeita foi ventilada como candidata a vice de Nunes com aval do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e sempre teve total liberdade para exercer o cargo.

Diante do silêncio de Marta, interlocutores do prefeito tentaram contato com ela reiteradas vezes no ano passado para saber suas intenções em 2024, mas também não obtiveram resposta.

Gota d’água

A reunião com Lula e as notícias ventiladas em seguida por fontes do Palácio do Planalto de que ela teria aceitado o convite para voltar ao PT foram a gota d’água.

Diante do silêncio de Marta, o prefeito decidiu, então, demitir sua secretária na terça e pediu que fosse redigida uma carta de exoneração por “quebra de confiança”.

Só depois que a notícia foi divulgada na imprensa, um auxiliar de Nunes, segundo apurou a CNN, conseguiu contato com Márcio Toledo, que pediu para deixar o encontro para o dia seguinte.

O prefeito não aceitou. E eles, então, marcaram uma reunião presencial na prefeitura no fim da tarde de terça.

No fim do encontro, Marta divulgou, por meio de sua assessoria, uma carta com a data do dia seguinte, na qual agradeceu a oportunidade de trabalhar por São Paulo à frente da pasta, elencou os programas de sua gestão e no quarto parágrafo explicou:

Neste momento em que o cenário político de nossa cidade prenuncia uma nova conjuntura, diferente daquela em que, em janeiro de 2021, tive a honra de ser convidada por Bruno Covas, encaminho, nesta data, de comum acordo, meu pedido de demissão deste cargo. Como em outras passagens de minha vida pública seguirei caminhos coerentes com minha trajetória, princípios e valores que norteiam toda minha vida pública e que me proporcionaram construir o legado que me trouxe até aquiMarta Suplicy

Em seguida, a prefeitura divulgou uma nota de apenas três linhas:

O prefeito Ricardo Nunes chamou nesta terça-feira, dia 9 , Marta Suplicy na sede da Prefeitura para esclarecer informações veiculadas na imprensa. Ficou decidido, em comum acordo, que ela deixa as suas funçõesNota da Prefeitura de São Paulo

A embaixadora Maria Auxiliadora Figueiredo, secretária executiva da pasta, assume a vaga interinamente. É provável que Nunes tenha que fazer uma reforma no secretariado já que parte de seu time deve disputar vagas na Câmara Municipal.

Procurados, Marta Suplicy e Márcio Toledo não responderam à CNN até o momento. O prefeito Ricardo Nunes não quis comentar.

Fonte: CNN Brasil

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