/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/j/g/7YpygyQRagymOfKrHRMw/cafe-especial-01.jpg)
Da cafeteria à fazenda, g1 segue o rastro do grão de São Paulo ao Sul de Minas Gerais. Nessa jornada, entenda por que a fruta precisa ser colhida madura e como 'sommeliers' atestam a qualidade. Tem provador que chega a tomar mais de 1 mil xícaras por dia em época de safra.
PORTO VELHO, RO - Uma bebida suave e adocicada, que só pode ser obtida com sementes de frutos que foram colhidos maduros, nem antes e nem depois. Este é o café especial, pelo qual o Brasil tem sido reconhecido internacionalmente.
O g1 seguiu o rastro desse grão de São Paulo até o Sul de Minas Gerais, onde está metade da produção brasileira. É a segunda reportagem da nova temporada da série quinzenal do De onde vem o que eu como.
Nesse percurso, a equipe encontrou uma fazenda que bateu recorde em concurso internacional e uma versão da bebida que movimenta campeonatos e gera novos profissionais, como os "sommeliers de café", que testam a qualidade do produto da fazenda à cafeteria.
Mais curiosidades sobre o café
Café especial X tradicional - enquanto o café especial é feito só com sementes de frutos maduros, o café tradicional aceita mistura com grãos verdes, secos, que passaram um pouco do ponto. Além disso, pode conter impurezas, como galhinhos e cascas da colheita. Porém, o governo estabeleceu que, a partir de janeiro de 2023, o café comum não poderá conter mais de 1% de impurezas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/j/g/7YpygyQRagymOfKrHRMw/cafe-especial-01.jpg)
À esquerda, grãos e pó de café especial. Já à direta, estão exemplos de grãos e pó de café tradicional, que são mais escuros. — Foto: Marcos Serra Lima/g1
O gosto amargo do café tradicional existe por causa da torra escura que a indústria faz para esconder as imperfeições. A torra do especial é mais clara, como na imagem acima.
Planta de café precisa descansar - o cafeeiro tem bienalidade em sua produção: em anos pares, tem safra alta. Em ímpares, baixa. Isso porque depois de um ano de muita produção, a planta precisa de um tempo para recuperar suas reservas internas e sua vegetação.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/U/2/DZJj61SFupXODYdjBwuA/fases-1-.jpg)
Qualquer estresse entre a floração e a maturação prejudica qualidade do grão e, consequentemente, da bebida. — Foto: Wagner Magalhães
De onde vem a cafeína? - Essa substância faz parte da genética das plantas de café, assim como nós temos genes que expressam a cor dos nossos olhos. A cafeína está presentes nas folhas, nas sementes e, em menos quantidade, nas raízes.
De onde vem o aroma e sabor? - O grão cru não tem gosto. Este só aparece durante a torra, que nada mais é do que submeter os grãos ao calor de uma máquina de torrefação. Com a alta temperatura, compostos como óleos e açúcares da semente se desenvolvem, gerando aroma e sabor.
Porém, nada disso existe se, no campo, a planta sofre com o clima – como uma seca – entre a floração e a maturação. Neste período, a planta produz os compostos químicos que, mais tarde, na torra, gerarão sabor, explica o pesquisador da Universidade Federal de Lavras, Flávio Borém.
Ganhando a vida tomando café especial - esse setor demanda especialistas que saibam pontuar a bebida usando uma metodologia internacional desenvolvida pela Specialty Coffee Association (SCA).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/5/N/2dV8oWTZaYkVoAMOvgZg/cafe-na-xicara.png)
Café é a 2ª bebida consumida pelos brasileiros depois da água. — Foto: Marcos Serra Lima
Esses profissionais são encontrados em fazendas, cooperativas, empresas de exportação e importação (tradings), torrefações e cafeterias. Geralmente, estão ou já eram ligados à alguma atividade do café: barista, torrador, classificador, agricultor, entre outros.
É recomendável ter o certificado de Q-Grader (Avaliador Q de qualidade), emitido pelo Coffee Quality Institute (CQI). Há cursos preparatórios em associações, empresas, institutos e na Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
Prêmio de assobio mais alto e mais belo - esse campeonato surgiu como uma brincadeira durante a Semana Internacional do Café em Belo Horizonte, em 2016, conta uma das idealizadoras Maria Mion. O objetivo é prestigiar os provadores que assobiam na hora da prova. O Sabiá de Cupping é o prêmio de assobio mais alto e o Rouxinol, do mais belo.
Onde encontrar café especial - cafeterias, torrefações, clubes de assinaturas e alguns mercados. Você pode procurar pelo selo da BSCA, que traz um QRCode que mostra onde o café foi colhido, a sua variedade, nota, além de poder avaliá-lo.
Arábica e canephora - o café especial é feito, em grande parte, com a espécie arábica, mas já tem bebida feita com variedade de canephora. Atualmente, cerca de 20% da produção de arábica no Brasil é de grãos especiais, diz o presidente da BSCA, Henrique Cambraia. Veja diferenças entre as duas espécies:
Arábica
* Corresponde a cerca de 80% da produção;
* Precisa ser plantado em terrenos com altitude acima de 600 metros;
* Produzido, principalmente, em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Bahia;
* Tem um sabor mais suave;
* O grão possui 1,4% de cafeína.
Canephora
* Corresponde a 20% da produção;
* É mais resistente e se dá bem em altitudes entre o nível do mar e 600 metros;
* Produzido, principalmente, no Espírito Santo, Rondônia e Bahia;
* Tem sabor mais intenso;
* Grão tem 2,5% de cafeína.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/p/W/E4An03SQaZvSZGLLSo6w/pe-de-cafe.png)
Pé de café em Cabo Verde de Minas Gerais (MG). — Foto: Marcos Serra Lima
Créditos do "De onde vem o que eu como"
Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
Narração, edição e finalização: Marih Oliveira
Reportagem: Paula Salati
Roteiro: Paula Salati, Marih Oliveira e Tatiana Caldas
Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
Coordenação de arte: Guilherme Gomes
Direção de arte e ilustrações: Wagner Magalhães, Luisa Blanco e Vitória Coelho
Fotografia: Marcos Serra Lima
Motion: Vitória Coelho
Stop motion: Gustavo Wanderley
Motoristas: Ricardo Américo Barbosa e Rafael Prieto Rego
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/G/I/1wozT7SIG5Io8FBpxotg/dsc7235-1-.jpg)
Pôr do sol em Carmos de Minas — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/C/8/5lNv2BTnOQlHRIQ5WX7Q/dsc7017.jpg)
Frutos de café arábica da variedade Bourbon — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/T/B/e8OfQcRKSHNUjLVL9gAg/dsc7080.jpg)
Vista de fazenda de café em Carmo de Minas. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/P/4/o182h7Q5qy5q32wEcxwg/dsc7024crop.jpg)
Frutos de café sendo lavados. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/T/c/SASQycQ5uAC5mczujtvw/fruto-de-cafe.png)
Fruto de bourbon vermelho maduros. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/y/Y/UgCABGQ76ydUpBDLTB1Q/secagem-cafe.png)
Secagem do café em um terreiro. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/D/k/UA76FlQWublrrJ3JRv9g/dsc7240.jpg)
Café especial também pode ser tomado na taça. — Foto: Marcos Serra Lima
PORTO VELHO, RO - Uma bebida suave e adocicada, que só pode ser obtida com sementes de frutos que foram colhidos maduros, nem antes e nem depois. Este é o café especial, pelo qual o Brasil tem sido reconhecido internacionalmente.
O g1 seguiu o rastro desse grão de São Paulo até o Sul de Minas Gerais, onde está metade da produção brasileira. É a segunda reportagem da nova temporada da série quinzenal do De onde vem o que eu como.
Nesse percurso, a equipe encontrou uma fazenda que bateu recorde em concurso internacional e uma versão da bebida que movimenta campeonatos e gera novos profissionais, como os "sommeliers de café", que testam a qualidade do produto da fazenda à cafeteria.
Mais curiosidades sobre o café
Café especial X tradicional - enquanto o café especial é feito só com sementes de frutos maduros, o café tradicional aceita mistura com grãos verdes, secos, que passaram um pouco do ponto. Além disso, pode conter impurezas, como galhinhos e cascas da colheita. Porém, o governo estabeleceu que, a partir de janeiro de 2023, o café comum não poderá conter mais de 1% de impurezas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/j/g/7YpygyQRagymOfKrHRMw/cafe-especial-01.jpg)
À esquerda, grãos e pó de café especial. Já à direta, estão exemplos de grãos e pó de café tradicional, que são mais escuros. — Foto: Marcos Serra Lima/g1
O gosto amargo do café tradicional existe por causa da torra escura que a indústria faz para esconder as imperfeições. A torra do especial é mais clara, como na imagem acima.
Planta de café precisa descansar - o cafeeiro tem bienalidade em sua produção: em anos pares, tem safra alta. Em ímpares, baixa. Isso porque depois de um ano de muita produção, a planta precisa de um tempo para recuperar suas reservas internas e sua vegetação.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/U/2/DZJj61SFupXODYdjBwuA/fases-1-.jpg)
Qualquer estresse entre a floração e a maturação prejudica qualidade do grão e, consequentemente, da bebida. — Foto: Wagner Magalhães
De onde vem a cafeína? - Essa substância faz parte da genética das plantas de café, assim como nós temos genes que expressam a cor dos nossos olhos. A cafeína está presentes nas folhas, nas sementes e, em menos quantidade, nas raízes.
De onde vem o aroma e sabor? - O grão cru não tem gosto. Este só aparece durante a torra, que nada mais é do que submeter os grãos ao calor de uma máquina de torrefação. Com a alta temperatura, compostos como óleos e açúcares da semente se desenvolvem, gerando aroma e sabor.
Porém, nada disso existe se, no campo, a planta sofre com o clima – como uma seca – entre a floração e a maturação. Neste período, a planta produz os compostos químicos que, mais tarde, na torra, gerarão sabor, explica o pesquisador da Universidade Federal de Lavras, Flávio Borém.
Ganhando a vida tomando café especial - esse setor demanda especialistas que saibam pontuar a bebida usando uma metodologia internacional desenvolvida pela Specialty Coffee Association (SCA).
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/5/N/2dV8oWTZaYkVoAMOvgZg/cafe-na-xicara.png)
Café é a 2ª bebida consumida pelos brasileiros depois da água. — Foto: Marcos Serra Lima
Esses profissionais são encontrados em fazendas, cooperativas, empresas de exportação e importação (tradings), torrefações e cafeterias. Geralmente, estão ou já eram ligados à alguma atividade do café: barista, torrador, classificador, agricultor, entre outros.
É recomendável ter o certificado de Q-Grader (Avaliador Q de qualidade), emitido pelo Coffee Quality Institute (CQI). Há cursos preparatórios em associações, empresas, institutos e na Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).
Prêmio de assobio mais alto e mais belo - esse campeonato surgiu como uma brincadeira durante a Semana Internacional do Café em Belo Horizonte, em 2016, conta uma das idealizadoras Maria Mion. O objetivo é prestigiar os provadores que assobiam na hora da prova. O Sabiá de Cupping é o prêmio de assobio mais alto e o Rouxinol, do mais belo.
Onde encontrar café especial - cafeterias, torrefações, clubes de assinaturas e alguns mercados. Você pode procurar pelo selo da BSCA, que traz um QRCode que mostra onde o café foi colhido, a sua variedade, nota, além de poder avaliá-lo.
Arábica e canephora - o café especial é feito, em grande parte, com a espécie arábica, mas já tem bebida feita com variedade de canephora. Atualmente, cerca de 20% da produção de arábica no Brasil é de grãos especiais, diz o presidente da BSCA, Henrique Cambraia. Veja diferenças entre as duas espécies:
Arábica
* Corresponde a cerca de 80% da produção;
* Precisa ser plantado em terrenos com altitude acima de 600 metros;
* Produzido, principalmente, em Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Bahia;
* Tem um sabor mais suave;
* O grão possui 1,4% de cafeína.
Canephora
* Corresponde a 20% da produção;
* É mais resistente e se dá bem em altitudes entre o nível do mar e 600 metros;
* Produzido, principalmente, no Espírito Santo, Rondônia e Bahia;
* Tem sabor mais intenso;
* Grão tem 2,5% de cafeína.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/p/W/E4An03SQaZvSZGLLSo6w/pe-de-cafe.png)
Pé de café em Cabo Verde de Minas Gerais (MG). — Foto: Marcos Serra Lima
Créditos do "De onde vem o que eu como"
Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
Narração, edição e finalização: Marih Oliveira
Reportagem: Paula Salati
Roteiro: Paula Salati, Marih Oliveira e Tatiana Caldas
Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
Coordenação de arte: Guilherme Gomes
Direção de arte e ilustrações: Wagner Magalhães, Luisa Blanco e Vitória Coelho
Fotografia: Marcos Serra Lima
Motion: Vitória Coelho
Stop motion: Gustavo Wanderley
Motoristas: Ricardo Américo Barbosa e Rafael Prieto Rego
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/G/I/1wozT7SIG5Io8FBpxotg/dsc7235-1-.jpg)
Pôr do sol em Carmos de Minas — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/C/8/5lNv2BTnOQlHRIQ5WX7Q/dsc7017.jpg)
Frutos de café arábica da variedade Bourbon — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/T/B/e8OfQcRKSHNUjLVL9gAg/dsc7080.jpg)
Vista de fazenda de café em Carmo de Minas. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/P/4/o182h7Q5qy5q32wEcxwg/dsc7024crop.jpg)
Frutos de café sendo lavados. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/T/c/SASQycQ5uAC5mczujtvw/fruto-de-cafe.png)
Fruto de bourbon vermelho maduros. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/y/Y/UgCABGQ76ydUpBDLTB1Q/secagem-cafe.png)
Secagem do café em um terreiro. — Foto: Marcos Serra Lima
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/D/k/UA76FlQWublrrJ3JRv9g/dsc7240.jpg)
Café especial também pode ser tomado na taça. — Foto: Marcos Serra Lima
Fonte: G1
0 Comentários