Alzheimer: estudo descobre novo sinal da doença; veja qual

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Alzheimer: estudo descobre novo sinal da doença; veja qual


Pesquisadores da Universidade de Chicago identificaram incidência maior do diagnóstico e outras formas de demência entre pessoas com rápido declínio do olfato

Porto Velho, RO - 
Em tempos de Covid-19, a perda de olfato se tornou um alerta para diversas pessoas. Com o avanço da vacinação e uma mudança no perfil dos sintomas, os problemas para identificar os odores passaram a ser menos relatados nos casos de infecção pelo novo coronavírus. Porém, um novo estudo publicado hoje na revista científica Alzheimer & Dementia mostra que se manter atento ao funcionamento do nariz pode continuar a ser uma boa ideia. Os pesquisadores da Universidade de Medicina de Chicago, nos Estados Unidos, identificaram que o declínio no olfato ao longo do tempo está ligado à perda de comprometimento cognitivo e a uma probabilidade maior de diagnóstico da doença de Alzheimer e outros quadros de demência a longo prazo.

As descobertas foram baseadas numa análise de 515 idosos, de em média 76 anos, por um período de no máximo 18 anos. Os dados estavam disponíveis por meio de um projeto chamado Memória e Envelhecimento, conduzido pela Universidade de Rush, em 1997. No novo estudo, os pesquisadores decidiram avaliar as informações para encontrar sinais do declínio cognitivo.

Eles perceberam que uma rápida perda do olfato de uma pessoa que até então apresentava uma cognição considerada saudável foi um preditor para diversas características do Alzheimer, incluindo menor volume de massa cinzenta em áreas do cérebro associadas à memória, pior cognição e maior risco do quadro clínico de demência. A incidência do quadro entre aqueles que relataram a perda da capacidade de identificar odores chegou a ser quase o dobro que nos demais.

"Este estudo fornece uma pista de como um rápido declínio no sentido do olfato é um indicador muito bom do que vai acabar ocorrendo estruturalmente em regiões específicas do cérebro", afirma o autor sênior do estudo Jayant Pinto, professor de cirurgia na Universidade de Chicago e especialista em otorrinolaringologia que estuda doenças olfativas e sinusais, em comunicado.

Os cientistas explicam que já se sabia que placas de proteína ligadas à degeneração pela doença de Alzheimer geralmente aparecem em áreas olfativas e associadas à memória antes de se desenvolverem em outras partes do cérebro. Porém, não era claro se esse dano realmente causava o declínio no olfato de uma pessoa, da mesma forma que provoca problemas na memória. Por isso, os pesquisadores decidiram analisar as alterações no cérebro que se relacionam à perda olfativa e à função cognitiva de uma pessoa ao longo do tempo e comparar com os relatos dos participantes.

Agora, eles acreditam que testes simples de olfato em clínicas podem ser utilizados de maneira semelhante aos de visão e de audição para indicar suspeitas de demência precoce. Para eles, trata-se de uma ferramenta barata e de fácil aplicação. São bastões, em que cada um é infundido com um aroma, e os pacientes devem identificá-los. Os cientistas pretendem avaliar a eficácia dos testes no auxílio de diagnósticos em novos estudos.

“Se pudéssemos identificar pessoas na faixa dos 40, 50 e 60 anos que correm maior risco desde o início, poderíamos ter informações suficientes para inscrevê-las em ensaios clínicos e desenvolver medicamentos melhores”, disse Pacyna.

Isso porque o Alzheimer, que é a principal causa de demência, ainda não tem cura. No entanto, existem práticas que podem reduzir o risco do declínio cognitivo. Além de conhecidas, como atividades que estimulam o cérebro, hábitos que envolvem um estilo de vida mais saudável, como controlar o colesterol e a pressão alta, também já se mostraram eficientes.

Um novo estudo, publicado ontem na revista científica Neurology, acompanhou dados de cerca de 500 mil britânicos de em média 56 anos por meio do UK Biobank, durante um período 11 anos, e mostrou ainda que atividades diárias também conseguem diminuir a incidência do problema no futuro.

Aqueles que relataram frequentemente realizar tarefas domésticas, por exemplo, como passar a roupa, varrer a casa e lavar a louça, tiveram um risco 21% menor para demência. Já os que praticavam exercícios de forma regular, tiveram uma chance 35% menor de desenvolver o quadro.


Fonte: O Globo

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