Ator deslanchou após participação em filme de Martin Scorsese e estava rodando filme na República Dominicana
PORTO VELHO, RO - Morreu o ator Ray Liotta, astro de destaque em filmes como "Os Bons Companheiros", de Martin Scorsese, e "Campo dos Sonhos", aos 67 anos. A informação foi confirmada pelo portal Deadline, que afirma que Liotta morreu dormindo, na República Dominicana, onde filmava o longa "Dangerous Waters", ou águas perigosas.
Além dos sucessos nos anos 1990, ele seguia em atividade, estrelando sucessos como "Os Muitos Santos de Newark" e "Nem um Passo em Falso", do ano passado, e "História de um Casamento", de 2019, quando interpretou um advogado durão num caso de divórcio complicado.
Da esq. para a dir., Ray Liotta, Robert DeNiro, Paul Sorvino e Joe Pesci em cena do filme 'Os Bons Companheiros', de Martin Scorsese - Divulgação
Trabalhos já concluídos mas ainda não lançados incluem os filmes "Cocaine Bear", de Elizabeth Banks, e a série "Black Bird", da Apple TV+. Também integrava o elenco de filmes como "The Substance", com Margaret Qualley e Demi Moore, e "April 29, 1992", com Scott Eastwood, filho do astro Clint Eastwood.
Nascido em Nova Jersey em 1954, ele cresceu e se destacou no colégio por sua atuação no futebol e no basquete, o que lhe ajudou a ingressar Universidade de Miami, onde se formou em belas artes, em 1978. Mudou-se para Nova York e chegou a trabalhar como garçom antes de conseguir seus primeiros papéis, em 1980, ainda em seriados televisivos e filmes para a TV.
Já buscando ingressar no cinema, depois de um papel secundário em "The Lonely Lady", de 1983, conseguiu seu primeiro papel de destaque em "Totalmente Selvagem", de Jonathan Demme, em 1986, o que rendeu uma indicação ao Globo de Ouro.
Destaque maior teve em "Campo dos Sonhos", de 1989, com Kevin Costner, ao viver o fantasma de um jogador de baseball. Sua carreira deslancharia mesmo em 1990, ao interpretar o mafioso Henry Hill, em "Os Bons Companheiros", contracenando com ninguém menos que Robert DeNiro, Joe Pesci e Paul Sorvino.
É ele quem demonstra todo o seu desespero ao sugerir que Tommy DeVito, personagem de Pesci, é um sujeito engraçado, num jantar, naquela que é uma das cenas mais citadas do longa, indicado a seis estatuetas do Oscar.
Participaria ainda de longas como "Marcas da Vingança", de Paul Schrader, e contracenaria com Anthony Hopkins em "Hannibal", de Ridley Scott, onde interpreta uma nojenta cena em que um sujeito, com a cabeça cortada e o cérebro à mostra, é alimentado com os próprios miolos.
Repetiria a dose com DeNiro em "Cop Land: A Cidade dos Tiras", ainda com Sylvester Stallone e Harvey Keitel.
Entre os prêmios conquistados estiveram o Primetime Emmy pela participaçã o na série "ER", de 2005, além de indicações ao SAG Awards por "Texas Sob Fogo", de 2015, e "Os Maiorais", de 1998, onde interpretou Frank Sinatra ao lado de Don Cheadle, Joe Mantegna e Angus Macfayden.
Suas participações incluem ainda trabalhos com os Muppets e, fora do universo do cinema, deu voz ao personagem Tommy Vercetti, do game "GTA: Vice City", um dos mais icônicos da franquia.
A personagem também é motivo de divertida homenagem no filme "Bee Movie - A História de uma Abelha", quando ele aparece como o dono de uma renomada marca de mel, mas que explora suas abelhas. Em um julgamento, um dos insetos fala que ele "não é um bom companheiro, mas um mau companheiro".
James Mangold, diretor com quem Liotta trabalhou em "Identidade", também lamentou. "Chocado e triste ao saber da morte de Ray Liotta. Além do aspecto durão e as emoções à flor da pele de seus personagens marcantes, ele era um colaborador doce, brincalhão, apaixonado e um ator brilhante", escreveu.
Fonte: Folha de São Paulo
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