Primeira reunião de planejamento da safra aconteceu em fevereiro de 2022. Extração do látex acontecerá na Terra Indígena Igarapé Lourdes, em Ji-Paraná.
PORTO VELHO, RO - Depois de 22 anos, o povo Gavião, da Terra Indígena (TI) Igarapé Lourdes, em Ji-Paraná (RO), retomou a atividade extrativista da borracha natural. Para José Palahv Gavião, coordenador da cooperativa Coopervekala, o resgate do trabalho deixa em evidência a prática intrínseca ao povo.
"Até a década de 80, o povo Gavião parou de trabalhar com a seringa e hoje, a gente vai começar a trabalhar. O povo gavião retornou com a extração de látex, através da cooperativa, com a parceria com o Pacto das Águas e ainda com o valor agregado. O povo fica feliz com o retorno ao trabalho, porque a gente tem essa prática", disse José Palahv.
A primeira reunião de planejamento da safra aconteceu em fevereiro de 2022. Segundo Stephanie Carolina da Silva, assessora técnica do Pacto das Águas, o cadastro do produtor e a entrega de insumos para apoio à cadeia já foi realizado.
"A gente chega com eles com o pagamento por serviços socioambientais, ou seja, é [a união] do trabalho que eles vem fazendo de manter a floresta em pé e preservar a natureza, e a remuneração disso", explicou.
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Reunião entre povo Gavião e Pacto das Águas — Foto: Divulgação
Comercialização
De acordo com a Pacto das Águas, a extração do látex na TI Igarapé Lourdes já tem destino. Em reunião com o povo indígena, foi oficializado a comercialização do produto para duas empresas de tênis.
José Palahv Gavião ressalta que, o aumento no valor de comercialização foi um dos fatores decisivos para a retomada do trabalho.
"Na época, a gente trabalhava com 30 centavos cada quilo. Hoje, que é R$ 12, a gente percebe que é um avanço", diz.
Além do látex extraído na Terra Indígena, as empresas de tênis já utilizam borracha nativa de três Reservas Extrativistas de Rondônia, a Rio Cautário e a do Rio Ouro Preto.
Fonte: G1/RO
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