Sem carnaval oficial, cidades turísticas do Rio ficam lotadas

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Sem carnaval oficial, cidades turísticas do Rio ficam lotadas

Arraial do Cabo, no topo do ranking, tem 95% dos leitos ocupados; mais de três vezes a taxa atingida no ano passado

PORTO VELHO, RO - Mesmo com um carnaval sem desfiles e eventos oficiais em todo o estado, a previsão de céu azul e temperatura nas alturas foi um convite a colocar o pé na estrada no feriadão. Assim como na capital, a rede hoteleira na Região dos Lagos e na Costa Verde comemorou a grande procura. Pesquisa feita pela Associação dos Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) aponta Arraial do Cabo na dianteira, com 95% dos leitos ocupados. E, com praias tão lindas quanto, Angra dos Reis e Cabo Frio registraram 86,20% e Armação dos Búzios, 84,70%. Aniversariante do dia de ontem, Paraty, comemorou com casa cheia: 90%.

— O Rio de Janeiro, com os blocos e com os desfiles (das escolas de samba), tem um clima maravilhoso. Sem isso, as pessoas optam por buscar uma outra atração. E, aí, a nossa região, junto com outros municípios, é uma opção interessante — afirma Thomas Weber, diretor da Associação de Hotéis de Búzios e presidente do sindicato de hotéis e restaurantes da cidade.

Segundo Weber, os bons ventos voltaram a soprar no réveillon depois de um período de baixa, por conta da pandemia. Para se ter uma ideia, os dados da ABIH relativos ao período de carnaval de 2021, quando a vacina ainda patinava e os índices de contaminação pela Covid-19 estavam nas alturas, apontavam uma taxa de ocupação dos hotéis de 40% em Búzios. A procura também foi baixa em Angra (52%), Cabo Frio (40,50%) e Arraial do Cabo (29,25%), que agora está no topo. Animado, o prefeito de Búzios, Alexandre Martins, já fala em retomada da economia, numa cidade em que boa parte da receita vem do turismo.

— Búzios está lotada. O réveillon já foi bem interessante, e esse verão está sendo muito bom, com a ocupação dos hotéis em alta. Não tenho dúvida que a recuperação do município vai se consolidar este ano — diz o prefeito, acrescentando que há um decreto municipal proibindo o carnaval de rua e liberando os eventos privados e fechados, desde que haja exigência de apresentação do teste da Covid-19.

Calendário turístico

O secretário de Turismo da cidade, João Carlos Souza dos Anjos, o Dom, disse que o setor deve ganhar mais força com a liberação dos cruzeiros pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que ele espera acontecer nos próximos dias. Além disso, o município prepara um calendário turístico para o ano todo, para “erradicar a baixa temporada”.

— Queremos atrair mais o turista classe AA. Búzios tem tudo para voltar a ser um dos três destinos internacionais do Brasil durante essa retomada — prevê.

Dona da pousada Repouso do Guerreiro, em Geribá, Margarete Correia de Carvalho, a Gal, disse que o movimento de Búzios ainda não voltou aos patamares anteriores a 2018, mas o panorama em relação a 2021 é mais positivo:

— Ano passado foi horrível. Não dá nem para comparar. Realmente, a gente está tendo uma retomada e eu acho que ainda pode crescer.

Na vizinha Cabo Frio, as expectativas também são boas. Segundo a prefeitura, a ocupação hoteleira bateu 85%, bem perto da previsão da ABIH. Lá também há um decreto proibindo festas, blocos e agremiações carnavalescas em espaços públicos.

— É uma retomada, mas não uma recuperação total, até porque o valor médio da diária também diminuiu muito em relação a 2019. Mas é um caso a ser comemorado nesse momento excepcional — pondera o secretário de Turismo de Cabo Frio, Carlos Cunha.

A prefeitura de Cabo Frio divulgou que o terminal municipal está recebendo nesse período 120 ônibus vindos de outras cidades. De acordo com a Via Lagos, que administra o principal acesso aos municípios litorâneos, mais de 380 mil veículos passaram pela praça de pedágio em direção à região.

O movimento de turistas que procuraram Angra dos Reis, na Costa Verde, durante o período de carnaval, também lotou pousadas como a Angra Bella, na Praia Grande, que está com todos os seus 27 apartamentos ocupados. O mesmo se reflete em estabelecimentos vizinhos. Porém, o recepcionista Luiz Felipe Lopes Souza acha que é cedo para festejar:

— O turismo, como tudo, está muito vinculado à economia. Mesmo tendo o carnaval, uma grande festa nacional que movimenta grande parte do setor, não dá para dizer que só por conta do evento vai ser uma coisa fabulosa daqui para frente.

O secretário de Turismo de Paraty, Marcos Paulo Coutinho, disse que a cidade está com 95% de seus leitos ocupados, acima portanto da previsão da ABIH-RJ. Para amenizar aglomerações em tempos de pandemia, nenhum evento público está acontecendo na cidade, que comemorou 335 anos ontem.

— A combinação feriado e bom tempo ajudou a lotar a cidade — ressalta Coutinho.


Fonte: O Globo

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