Guerra na Ucrânia: Preços do gás disparam após Rússia ameaçar suspender fornecimento na Europa

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Guerra na Ucrânia: Preços do gás disparam após Rússia ameaçar suspender fornecimento na Europa

Contratos futuros subiram mais de 30% nesta terça-feira. UE busca alternativas para reduzir dependência do bloco do gás russo

PORTO VELHO, RO - Os preços do gás dispararam após a Rússia ameaçar cortar o fornecimento para a Europa como parte de sua resposta às sanções impostas pela invasão da Ucrânia, um movimento que poderia aumentar a turbulência nos mercados de energia e tornar os preços ao consumidor ainda mais altos. Os contratos futuros de gás subiram mais de 30% nesta terça-feira, antes de reduzir os ganhos.

A ameaça de Moscou acontece no momento em que a União Europeia busca alternativas para se tornar menos dependente do gás russo.

Em um discurso televisionado na noite de segunda-feira, o vice-primeiro-ministro Alexander Novak, que também é responsável pelos assuntos de energia, afirmou que Rússia tem o direito de tomar ações que “espelhem” as sanções impostas à economia do seu país e alertou que poderia interromper os fluxos para a Alemanha ao longo do gasoduto Nord Stream1.

Novak acrescentou que nenhuma decisão de desligar o Nord Stream 1 havia sido tomada até o momento e que o gasoduto está operando “em sua capacidade total”.

Em janeiro de 2008, o preço do barril superou a marca de US$ 100 pela primeira vez na história, devido às tensões geopolíticas no Irã, na Nigéria e no Paquistão. Tanto o Brent, referência no mercado europeu e no Brasil, como o WTI, referência nos EUA atingiram seu máximo histórico em 11 de julho: US$ 147,50 o barril do Brent e US$ 147,27 o do WTI.

Após a falência do banco americano Lehman Brothers, em setembro, e do início da crise financeira internacional, o preço começa a cair, já que os investidores precisam urgentemente de liquidez. Assim, em dezembro de 2008, o Brent já estava sendo negociado a US$ 36,20, e o WTI, a US$ 32,40.

A barreira dos US$ 100 é novamente rompida em janeiro de 2011, pelo risco de os protestos da revolta no Egito e da Primavera Árabe se espalharem pelos países produtores de petróleo do Oriente Médio. O Egito não é um produtor essencial, mas integra importantes rotas de escoamento, tanto via Canal de Suez como via oleoduto Suez-Mediterrâneo.

Ano inicia com o barril acima de US$ 100, com as sanções impostas ao Irã, suspeito de usar seu programa nuclear para desenvolver armas nucleares. Em represália, o Irã ameaça interromper suas entregas para a Europa. Grande parte do petróleo dos países do Golfo transita pelo Estreito de Ormuz, passagem que o Irã ameaçava fechar.

O preço do petróleo bruto passa perto dos US$ 90, o barri,l em junho de 2012, em meio à crise econômica na zona do euro. Até 2014, os preços evoluíram quase continuamente próximo dos US$ 100, sustentados pelo endurecimento das sanções contra o Irã e pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, em particular, pelo conflito na Síria.

Dependência de fontes de energia russas

A UE está tentando se antecipar a qualquer movimento por parte de Moscou, e pode anunciar nesta terça-feira um plano para reduzir a dependência do bloco do gás da Rússia. A UE importa 40% do seu gás da Rússia.

Mas a dependência da Rússia como fonte de energia para a Europa vai além do gás. Os países da União Europeia importam 27% do petróleo e 47% do carvão que usam de produtores russos.

A Europa já estava lidando com uma crise de abastecimento de energia devido aos baixos estoques de gás, e a guerra Rússia-Ucrânia fez com que os preços das commodities subissem a níveis recordes.

Os comentários de Novak vêm depois de um dia de grandes oscilações no mercado de gás da Europa, com preços subindo quase 80% em meio aos temores de interrupção do fornecimento por parte da Rússia.

A dependência da Europa da energia russa tem sido um fator-chave nos esforços dos líderes do continente para chegar a um acordo sobre como responder à invasão da Ucrânia. No mês passado, Berlim engavetou US$ 11 bilhões de um projeto de ampliação do gasoduto Nord Stream 2, e autoridades da UE dizem que estão trabalhando em um plano que pode cortar as necessidades de importação do bloco da Rússia em quase 80% este ano.

Mas muitos políticos do bloco continuam cautelosos com uma ação imediata, razão pela qual a Alemanha recuou contra as propostas de proibir a importação de petróleo da Rússia. na segunda-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que o petróleo e o gás russos são de “importância essencial” para a economia europeia.

Novak, por sua vez, ressaltou que a Rússia tem outras opções para vender seu petróleo se os EUA e a UE proibirem as importações russas, e alertou que qualquer movimento dessa natureza poderia ter “consequências catastróficas para o mercado mundial” com preços subindo para US$ 300 o barril ou mais.


Fonte: O Globo

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