Bolsa sobe e dólar cai, com avanço em negociações sobre a guerra; ações da Petrobras têm alta após troca no comando

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Bolsa sobe e dólar cai, com avanço em negociações sobre a guerra; ações da Petrobras têm alta após troca no comando


Delegações da Rússia e da Ucrânia sinalizam arrefecimento das tensões. Ativos da estatal avançam mesmo com baixa do petróleo no exterior


PORTO VELHO, RO — A Bolsa opera em alta e o dólar cai ante o real no início desta terça-feira, em linha com o otimismo visto no exterior diante do avanço nas negociações entre Rússia e Ucrânia.

Por volta de 11h15, o Ibovespa subia 0,79%, aos 119.678 pontos. No mesmo horário, a moeda americana tinha queda de 0,74%, negociada a R$ 4,7362, após atingir a mínima de R$ 4,7177.

Entre as ações, destaque para os papéis da Petrobras, que apresentavam altas. Os investidores seguem repercutindo a troca de comando na estatal anunciada na reta final do pregão de ontem.

Os papéis ordinários (PETR3, com direito a voto) subiam 1% , negociados a R$ 34,42 e os preferenciais (PETR4, sem direito a voto), 1,99%, cotados a R$ 32,23.

Na véspera, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o então presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, em meio à pressão por conta do aumento no preço dos combustíveis. Nesta terça, ele afirmou que a troca foi uma "coisa de rotina" e que não há "problema nenhum".

Já na noite de segunda-feira, o Ministério de Minas e Energia anunciou que o economista Adriano Pires, especialista do setor de óleo de gás, iria assumir o cargo.

Os ativos da empresa, que já apresentavam queda em linha com o movimento do petróleo no exterior, caíram quase 3% na B3.

Segundo analistas do mercado, o nome de Pires é avaliado como uma escolha técnica, e que não implicará em mudanças na política de preços da estatal, que repassa flutuações nas cotações do dólar e do petróleo. Essa prática vinha sendo um dos principais alvos de crítica por parte de Bolsonaro.

Pires já se manifestou diversas vezes a favor da política de preços, mas endossou propostas de concessão de subsídios temporários para cobrir o “efeito guerra”.

Os especialistas ressaltam, no entanto, que mais uma troca na companhia em um espaço de tempo relativamente curto gera incertezas, ainda mais em um ano eleitoral.

Em relatório, analistas do Credit Suisse destacam que a troca de comando na empresa pode aumentar a percepção de risco de interferência. No entanto, eles não esperam “mudanças significativas na política de preços da Petrobras ou na estratégia geral focada em ativos de exploração no pré-sal e águas ultraprofundas”.

Os analistas Regis Cardoso e Marcelo Gumiero ressaltam que a indicação de Adriano Pires tornam baixas as chances de mudanças na estatal, já que ele é um nome respeitado pelo mercado e que não propõe uma interferência direta nos preços dos combustíveis.

O Credit Suisse tem recomendação de compra para a empresa com preço-alvo em US$ 17 para as ADRs, recibos de ação negociados no exterior.

Avanço nas negociações

Após interromper o rali de oito quedas consecutivas na véspera, o dólar volta a cair no início do pregão, acompanhando o movimento favorável ao risco no exterior.

Os agentes de mercado recebem com otimismo a retomada das negociações entre delegações da Rússia e da Ucrânia, que ocorrem na Turquia, para tentar pôr fim ao conflito.

Após o encontro, um representante do Ministério da Defesa russo afirmou que as tropas do país vão reduzir "drasticamente" os ataques em Kiev e nos arredores da capital ucraniana, além da cidade de Chernihiv, no norte da Ucrânia.

A Ucrânia, por sua vez, propôs um status neutro com garantias internacionais para protegê-la de ataques.

Representantes dos dois países também indicaram que houve avanços também para um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.

Como pano de fundo nos mercados, seguem as preocupações sobre o avanço da Covid-19 na China e a velocidade do aperto monetário imposto pelo Federal Reserve, Banco Central americano.

Varejistas sobem

Entre as demais ações, o destaque ia para empresas do setor de varejo e tecnologia, que se beneficiavam de uma nova queda nas taxas futuras de juros.

Os papéis ON do Magazine Luíza (MGLU3) subiam 7,73% e os da Via (VIIA3), 6,35%. As ordinárias da Americanas (AMER3) avançavam 7,73% e as da LocalWeb (LWSA3), 6,98%.

As ordinárias da Vale (VALE3) cediam 0,95% e as da Siderúrgica Nacional (CSNA3), 0,08%. As preferenciais da Usiminas (USIM5) subiam 1,43%.

No sertor financeiro, os papéis preferenciais do Itaú (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) tinham altas de 0,29% e 1,67%.

Petróleo cede

Os preços dos contratos futuros do petróleo até começaram o dia em alta, mas passaram a cair diante do avanço nas negociações entre russos e ucranianos.

Por volta de 11h10, no horário de Brasília, o contrato para maio do petróleo tipo Brent caía 4,82%, negociado a US$ 107,06, o barril.

Já o contrato para o mesmo mês do tipo WTI cedia 4,68%, cotado a US$ 101,00, o barril.

Bolsas no exterior

As bolsas americanas operavam com altas. Por volta de 11h15, em Brasília, o índice Dow Jones subia 0,85% e o S&P, 0,54%. A Bolsa Nasdaq avançava 0,71%.

Na Europa, as bolsas operam com altas. No mesmo horário, a Bolsa de Londres subia 0,97% e a de Frankfurt, 2,81%. Em Paris, ocorria alta de 3,22%.

As bolsas asiáticas fecharam com direções contrárias. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, subiu 1,10%. Em Hong Kong, houve alta de 1,12% e, na China, baixa de 0,33%.


Fonte: O Globo

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