Motor de avião que caiu e matou 2 falhou antes de tentativa de decolagem em Bebedouro, diz presidente de aeroclube

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Motor de avião que caiu e matou 2 falhou antes de tentativa de decolagem em Bebedouro, diz presidente de aeroclube


Ângelo Hermini também conta que monomotor expeliu fumaça na 2ª decolagem e perdeu força antes de entrar em "parafuso". Cenipa apura causas de acidente que matou piloto de 23 anos e médico de 52.

PORTO VELHO, RO - O motor da aeronave que caiu e matou duas pessoas em Bebedouro (SP) no fim de semana apresentou falhas na primeira das duas tentativas de decolagem na pista do Aeroporto Municipal "Comandante Luís Martins de Araújo", afirma o presidente do aeroclube da cidade, Ângelo Sérgio Hermini.

Ele conta que viu o momento do acidente e ouviu ruídos no monomotor em que estavam o piloto Renan Trombini, de 23 anos, e o médico Marcionil Vieira, de 52. Depois daquela primeira manobra, a aeronave abortou, fez uma segunda tentativa, mas acabou caindo.

"Ele [piloto] se dirigiu até a cabeceira 3-Uno do aeroporto e iniciou uma decolagem. Foi quando nós presenciamos - nós costumamos dizer pipocos no motor - três cortes, três falhas de motor durante a corrida. Ele abortou essa decolagem e se direcionou à pista oposta, a cabeceira Uno-3, e tentou uma nova decolagem. Foi quando ele passou já próximo aqui da frente do hangar onde nós estávamos, percebemos que foi uma decolagem com pouca potência", disse Hermini.

O acidente aconteceu na manhã do domingo (27). Segundo informações registradas em boletim de ocorrência, o avião tinha saído de Cotia (SP) com destino a Itumbiara (GO), e, momentos antes de seguir viagem, havia parado no aeroporto de Bebedouro para abastecer.

O caso é apurado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que recolheu destroços, tirou fotos e ouviu testemunhas para apontar as causas da queda. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o monomotor estava em situação regular e apto para operações.

Falhas, fumaça e perda de potência


O presidente do aeroclube conta que, no fim de semana, ele e outros pilotos estavam acampados no aeroporto para um treinamento e viram toda a movimentação que resultou na queda. Ele afirma que, no dia anterior foi contatado pelo responsável pelo voo para confirmar a disponibilidade de combustível no terminal.

"Recebemos uma ligação do comandante dessa aeronave que estaria em traslado decolando de Cotia, São Paulo, e precisava fazer o abastecimento aqui em Bebedouro pra continuar a viagem. Então nós confirmamos que tinha o abastecimento aqui", diz.

Como previsto, segundo Hermini, o monomotor fez a parada e foi abastecido antes de retomar a viagem.

O presidente do aeroclube relata que, logo na primeira tentativa de decolagem, ouviu os ruídos do motor, mas o piloto, depois de abortar a manobra, mudou de pista e tentou mais uma vez subir com a aeronave.

Desta vez, além de ver uma fumaça sendo expelida pelo escapamento do veículo, Hermini conta que percebeu a aeronave perdendo força e altura.

"A gente fala costuma dizer na aeronáutica que o avião saiu mole, saiu em uma velocidade de pré-estol. Mais {a frente um pouquinho nós começamos a observar saindo fumaça do escapamento do avião e, nesse momento, começou a afundar mais, demonstrando talvez uma perda de potência maior", diz.


Segundo ele, o piloto ainda iniciou uma manobra de retorno à pista, mas já era tarde.

"O comandante então deve ter tomado por decisão retornar pro aeroporto, fazer o pouso de emergência e a hora que ele iniciou a curva pra retornar pra pista ele estolou e entrou num parafuso e veio colidir ao solo."


Fonte: G1

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