Urucum ressurge como alternativa de renda para produtores rurais do Vale do Guaporé em Rondônia

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Urucum ressurge como alternativa de renda para produtores rurais do Vale do Guaporé em Rondônia

 

                                                                 Plantio de urucum

Por

 Eduardo Kopanakis

 


O cultivo de Urucum na região do Vale do Guaporé traz boas perspectivas para o aquecimento da economia local. Impulsionado pela demanda do mercado com a crescente introdução de novos produtos, é cada vez maior o número de produtores rurais que tem buscado assistência técnica para implantação da cultura em sua propriedade.

Para melhor atender a essa demanda, extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO) reuniram-se em São Francisco do Guaporé para participar de uma capacitação que visa fortalecer o projeto que vai dar novo rumo à produção local. A capacitação contou com a participação e orientação técnica do representante da Verto, empresa responsável pela comercialização de urucum em todo o País, com a proposta de incentivar o aumento da cultura na região de 700 para 1.400 hectares.

O Projeto Urucum nasceu da parceria entre a Emater-RO e a empresa Verto com o objetivo de potencializar a cultura na região do Território do Vale do Guaporé. O primeiro contato entre as duas instituições foi feito durante um dia de campo realizado no distrito de São Domingos do Guaporé, quando o produtor Gilmar Brunaldi abriu as portas de sua chácara para mostrar a viabilidade do cultivo de urucum na região.

A chácara Brunaldi possui uma área plantada de mais de 250 hectares e uma produtividade média de 1.200 quilos/hectares, número esse que levou o distrito a ocupar o segundo lugar como o maior produtor de urucum de Rondônia. O evento realizado pelo escritório local da Emater mostrou aos participantes a viabilidade da cultura em solo rondoniense e que, além de ser uma excelente alternativa de renda e geração de emprego, o urucum ainda pode ser utilizado na recomposição da reserva legal.

Para expandir a ação e incentivar outros produtores na produção da cultura, além da parceria entre a Verto e a Emater-RO, buscou-se junto às prefeituras da região, por meio de suas secretarias municipais de agricultura, políticas públicas que pudessem contribuir com o desenvolvimento do urucum na região. Isso permitiu que o fruto integrasse as potencialidades levantadas no Plano Anual de Trabalho (PAT) e no Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDS) locais.

A divulgação e capacitação junto aos produtores rurais já estão sendo realizadas pela Emater-RO, que também distribuirá as sementes para plantio. A Verto já disponibilizou 120 quilos de sementes selecionadas da variedade Piave – cultivo de fácil adaptação em climas tropicais chuvosos e solos profundos, de média a alta fertilidade – que serão doados para os produtores da região que conta, hoje, com 700 hectares plantados.

Coube à Emater-RO também prestar assistência técnica e orientação sobre o correto manejo da cultura. Com isso, estima-se que o Vale do Guaporé produza, ainda este ano, cerca de 700 toneladas de urucum.

INDÚSTRIA DE PROCESSAMENTO

Fruto típico da região tropical, nas Américas Central e do Sul, as principais utilizações do urucum são para a produção de colorífico e de corantes, em especial nas indústrias alimentícias (doces, sorvetes, laticínios, massas, pães, bebidas, embutidos, óleos e gorduras). Também é utilizado nas indústrias farmacêuticas, têxteis, de cosméticos, de perfumarias e de tintas, além da extração de lipídeos, geranilgeraniol e tocotrienol para fins farmacêuticos e medicinais.

Como pode-se perceber, a demanda é grande e o mercado está aberto. Por que, então não investir na potencialidade da cultura? Com olhos para a produção rondoniense, a Verto instalou no município de Cabixi, no sul de Rondônia, uma indústria de processamento de urucum.

A indústria foi inaugurada em 2014 e será um dos canais de fomento para os produtores de urucum no estado. De acordo com o seu representante, a indústria tem capacidade para processar 3.500 toneladas de urucum por ano, mas em 2015 processou somente 1.300 toneladas, bem abaixo da capacidade instalada.

 Com a demanda existente e uma agroindústria no estado absorvendo a produção, a geração de emprego e aumento da renda familiar é certa, o que falta é buscar novos caminhos que incentivem o produtor a investir mais em urucum. E é isso que essa parceria entre as instituições públicas governamentais e a iniciativa privada pretende potencializar.

Texto: Wania Ressutti
Fotos: Emater-RO

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